I
no vai e vem dessa história
eldorado sol e mar
II
água fresca cristalina
raio, pedra e luar
III
muito além dessa esquina
uma valsa descortina
IV
novo rito sobrescrito
um passado infinito
acordado maldito
trouxe lucro de réis
que aumentou para dez
e o discurso do frei
foi a base estelar
V
nosso ouro bacana
nosso açúcar de cana
nosso fruto do mar
VI
mais um ventre que chora
a justiça quilombola
já não tardará
Marcos Santana
domingo, 22 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
PODER
Nem as nuvens do céu
nem os passos no chão
mas os pássaros quando pousam
-ou mesmo voando-
os leves e rigorosos gestos
a duradoura potência
em lenta gestação.
Como grito de luta
para a multidão:
a faísca, a centelha
que revoluciona
incendeia a beira
de muito coração
Como um breve derramar
De sangue.
Como a efervescência
das lágrimas
Como vencer um furacão.
Lula Miranda
nem os passos no chão
mas os pássaros quando pousam
-ou mesmo voando-
os leves e rigorosos gestos
a duradoura potência
em lenta gestação.
Como grito de luta
para a multidão:
a faísca, a centelha
que revoluciona
incendeia a beira
de muito coração
Como um breve derramar
De sangue.
Como a efervescência
das lágrimas
Como vencer um furacão.
Lula Miranda
domingo, 1 de agosto de 2010
ADORMECE
Sentado naquela pedra, ele pousa uma mão sobre a outra e
permite o abraço do vento.
Sente o aroma selvagem daquele cavalo negro que corre sem parar.
O animal encontra outro que também corria naquele campo perfeito.
Vencidos pelo cansaço, os animais param e começam a lamber-se.
Os belos cavalos negros relincham para o alto
e voltam até cruzar a linha do horizonte.
Agora o estranho homem resolve despir-se num ritmo lento,
caminha uns cem metros,
deita na grama e adormece.
Railton Santos
permite o abraço do vento.
Sente o aroma selvagem daquele cavalo negro que corre sem parar.
O animal encontra outro que também corria naquele campo perfeito.
Vencidos pelo cansaço, os animais param e começam a lamber-se.
Os belos cavalos negros relincham para o alto
e voltam até cruzar a linha do horizonte.
Agora o estranho homem resolve despir-se num ritmo lento,
caminha uns cem metros,
deita na grama e adormece.
Railton Santos
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