terça-feira, 27 de outubro de 2009

NOTURNAS HORAS

NOTURNAS HORAS
Na hora de sempre a noite se estende
sobre as intimidades, obsessivamente
Se interpõe entre os amantes
e as tempestades num brevíssimo repente
Pequenas e triviais desgraças
nesta hora calada na noite loquaz,
sob um céu estrelado nas praças
desespero uma cilada- o prazer fugaz,
A angústia campeia silenciosamente
há noites nos bares, nos quartos, nas ruas.
Os apelos inaudíveis proferidos inutilmente,
há noites entre nós na cama, nuas.
Irrompem tiranas em meio à nossa
desordem amorosa,
estremecem a alma e atiçam a carne,
os ódios guardados inflamam- uma dor
espantosa
abafo seu grito com um beijo covarde.
Gestos infindos perdem-se numa trama.
A noite estanca a sua hora!
Nossos corpos ardem em volátil chama,
ante o surgir de uma inexorável aurora.

Nilza Nancy

2 comentários:

  1. Dale, Nilza. Que bom te reencontrar nas veredas poéticas. Grande abraço,
    Sílvio.

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  2. oi... tudo bem. Li seu poema e me identifiquei profundamente com o trancelim das palavras... lindo!!! Jober joberelis@yahoo.com.br

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