Lumes, ó lumes! Esta criança
Já foi homem e breve será mulher:
Se deitará à tarde numa cama,
Curvada de quatro com um homem
(Monte infinito de duros músculos,
Bem poucas palavras, nenhum vulto)
E ouvirá passar na rua, ao longe,
No fio da dor, pregões oportunos.
Oh, esta criança, que sofre ávida
A dor de um ânus mudo! Que sofre
E queima etapas puras no branco!
Toda a sua vida é um desencanto.
Todo o seu sonhar deitado, um longo
E vazio grito, esparramado vândalo.
Mayrant Gallo
domingo, 8 de novembro de 2009
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