quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ROSALVO ENTREVISTA RAILTON


P – Conheço algumas de suas inquietações, desde longínquos anos 80 quando descobríamos no teatro uma forma de manifestação cultural. Sei da sutileza do seu verso; onde busca inspiração?
R – Estamos acabando a primeira década do século XXI e minhas inquietações aumentaram. Sempre tive este jeitão contemplativo. O mundo se apresenta para mim como se fosse um quadro, e nele qualquer elemento pode servir como fonte de inspiração, assim como, por exemplo, a beleza da Baía de Todos os Santos, a devassidão do Largo Dois de Julho ou até mesmo a miséria dos que dormem na Praça da Piedade.
P – A idéia do Corcel Poético é muito bela e bem vinda a nós poetas (ou quase isso como me coloco). Como vê o uso dessa importante ferramenta virtual para a disseminação da poesia?
R – Aprecio a revolução que a Internet causou nas comunicações da Contemporaneidade, o mundo ficou pequeno. Vejo com entusiasmo o uso do Blog como forma de interação entre o escritor e seus leitores.

P – Qual o critério usado na seleção dos poemas que o site divulga?
R- O critério usado é a qualidade, tenho encontrado uma certa facilidade neste sentido, uma vez que tenho caminhado ao lado de pessoas talentosas e competentes. No Corcel Poético só tem feras.
P – Marina, Dilma ou Serra? O Brasil muda com esses candidatos?
Com Serra, o Brasil muda para pior e com Dilma ou Marina, ele muda para melhor. Ainda não sei em qual das duas eu vou votar.
P – Conheço um pouco seu lado místico, qual a influência de sua experiência de vida na sua poesia?
R – Cá entre nós, eu nunca fui materialista. Sou filho de Xangô e tenho ascendente em Sagitário; vem daí, esta inclinação para a Literatura.
Não sei viver sem minhas orações, meditações e de vez em quando gosto de fazer oferendas para os meus Orixás.
P – A poesia ou a vida lhe impõe limites?
R – A vida é bem maior que a arte, não existe ficção que supere o absurdo de certas cenas do nosso cotidiano. A vida impõe limites e a poesia não.
P – Como se coloca diante do massacre que nós humanos estamos impondo à natureza e ao planeta em que vivemos?
R – Como sou professor do ensino fundamental, procuro passar pro meus alunos uma consciência ecológica.
P – O medo do tempo é maior que a esperança da maturidade plena?
R – Não temo as rugas, nem os cabelos brancos. O que me angustia no processo de envelhecimento é ver a partida de entes queridos. Mas busco a maturidade plena. A minha mestra, neste sentido é Cecília Meireles.




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